Descobrindo o que importa
Que ano! Se tivesse sonhado com um ano perfeito profissional e pessoalmente certamente não conseguiria chegar nem perto do que o ano de 2012 representou pra mim. Sou fundamentalmente grato às pessoas que possibilitam toda essa rica experiência, até aquelas que hoje estão distantes.
Exatamente há um ano atrás estava indo no Consulado do Chile para buscar meu visto de residência temporária para participar do Start-Up Chile, o programa de aceleração de startups globais do governo chileno. Já compartilhei, menos do que gostaria, algumas das muitas experiências transformadoras que passei por lá. Além de me apaixonar pelo país em pouco mais de um mês de minha estadia, lá conheci pessoas que com absoluta certeza continuarão fazendo parte da minha vida pessoal e profissional. Mais do que isso, a sensação é de que parte importante da minha história está sendo escrita em espanhol.
O objetivo desse post é simplificar e chegar no óbvio, muitas vezes escondido atrás de uma nuvem cada vez maior de listas do que fazer para “conquistar amigos e influenciar pessoas”, os X passos para criar um negócio rentável, as Y disciplinas para construir uma carreira de sucesso. Não estou aqui para criticar toda essa industria de conhecimento, até por que sou um consumidor de quase tudo isso (o best seller do Dale Carnegie eu passo). Entretanto, depois de 3 anos passivamente absorvendo tudo isso e com apenas 1 tentando praticar toda essa mistura ativamente, “descobri” o óbvio: embora útil, o que amarra tudo isso em movimentos consistentes e duradouros – longe de serem seguros – não é ser um expert em nada, é ser apenas feliz, principalmente nos curtos e simples momentos.
Lá no Chile, experimentei momentos em que estava tudo certo por fora – recursos financeiros, novos clientes, perspectivas positivas –, porém eu estava insatisfeito, chateado e com vontade de voltar pra casa. Continuava aplicando os métodos e os ensinamentos que a gente lê aos montes por aí mas não estava feliz e sempre chegava a hora de pagar a conta da infelicidade, seja com perda de produtividade, não entregando algo realmente bem feito ou bem pensado ou ficando entediado.
Também, até em mais vezes, experimentei o oposto. Momentos em que tudo por fora estava indo pior do que o esperado mas estava satisfeito e confiante no progresso e, essencialmente feliz de estar fazendo o que estava fazendo. Nesse cenário fui percebendo que se contagiasse os em minha volta com a positividade da felicidade e da esperança de que estávamos na direção certa, grande parte dos problemas do dia a dia eram solucionados ou mitigados.
Das muitas lições que aprendi esse ano, talvez a mais fácil de recordar e a que tenha mais me ajudado seja essa. Ninguém falou que seria fácil, como diz um sábio amigo. Garanta que você esteja feliz fazendo o que você está fazendo. O resto, naturalmente, vem como consequência. Pense menos no que pode sair errado e está fora do seu controle. Aproveite a jornada.
E se você é daqueles mais céticos, como também já fui, apenas experimente por poucos dias encarar o difícil desafio de empreender, não só um novo negócio como também sua própria vida pessoal, checando constantemente que você está simplesmente feliz.
E que o próximo ano seja ainda melhor. Vamo que vamo!