Sobre comunidades
Durante o mês de fevereiro fiz um curso de Python e Django com o mestre Henrique Bastos. Mais do que aprender duas ferramentas fantásticas para desenvolvimento web e entender melhor algumas práticas ágeis até então não muito claras para minha cabeça, o curso me ensinou a importância das comunidades.
Há um pouco mais de um mês tuitei sobre minha vontade de juntar uma galera de BH que gosta de conversar sobre TI, e a partir dela enveredar para os mais diversos temas, numa boa mesa de boteco, da mesma forma como o pessoal do Rio de Janeiro já faz há um bom tempo com enorme sucesso: #horaextra
Em pouco menos de uma semana já estávamos com um grupo formado e com o pessoal discutindo como tirar a ideia do papel rapidamente. A divulgação no Twitter foi rápida como teclar 140 caracteres e, no momento em que escrevo esse post, temos 56 pessoas cadastradas no Groups do @horaextrabh. Se você ainda não está lá, sinta-se convidado a participar.
De lá pra cá, no melhor estilo small acts mineirinho, já fizemos dois encontros e o terceiro já está marcado para a próxima semana ;)
E então, o que já deu pra perceber sobre comunidades espontâneas que surgem a partir de iniciativas como o #horaextra e como isso é muito bom:
1. Todos são parecidos com você
É impressionante. Mesmo sendo um movimento aberto à todos nossa (ainda) pequena comunidade é feita de pessoas que possuem os mesmos interesses, os mesmos questionamentos e a mesma vontade de aprender com os outros e ser melhor dia após dia. Isso não quer dizer que não temos discussões mais acaloradas, opiniões divergentes. Quer dizer que todos nós temos o mesmo objetivo: criar um ambiente saudável de discussão, aberto e nivelado por cima.
2. Todos se parecem amigos de longa data, ou quase isso
No último encontro parei um momento para observar a interação da galera. Não parecia que cada participante sentado ali desconhecia, pelo menos, a metade do pessoal com quem conversava. A partir do dia zero a comunicação já é 100% aberta e franca. Difícil observar isso em outros ambientes.
3. Todos estão dispostos a fazer hora extra com você de graça
Tudo bem que é uma hora extra regada a cerveja e tira-gosto mas todos ali não me pareceram entediados em discutir “problemas do trabalho” depois do “expediente”. Por quê? Talvez a resposta mais curta seja pelo fato de que todos ali gostam do seu trabalho ou, em última instância, do mercado que escolheram trabalhar. O trabalho não é uma mera obrigação insuportável para pagar as contas no final do mês como, infelizmente, muitos pensam. Não tem mimimi.
4. Todos entendem o poder da contato pessoal offline
Em um mundo com Twitter, Skype, Gtalk, Messenger, E-mail e Facebook era de se esperar que os profissionais e amantes de tecnologia usassem apenas esses aparatos tecnológicos para manter contato com seus pares. Errado, na nossa comunidade as pessoas reconhecem o valor do contato pessoal direto, a forma mais eficiente de comunicação já inventada.
5. Todos sabem que dali algo maior pode surgir a qualquer momento
Em uma comunidade com as características acima ninguém pode ousar dizer quando algo maior (novas empresas, oportunidades de empregos, parcerias de negócios, iniciativas educacionais, eventos, etc.) surgirá. O certo é que o ambiente é extremamente favorável para que isso ocorra de maneira natural e auto-sustentada.
Valeu galera do @horaextrabh. Valeu moçada do @horaextrario pelo apoio e incentivo. #smallacts