Definindo o tamanho da sua empresa
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Recorrentemente me deparo em discussões envolvendo o tamanho, muitas vezes, o potencial tamanho de uma nova empresa/projeto. Empreendedores, principalmente os de primeira viagem, vislumbrados pelo fato de estarem iniciando no fascinante mundo do empreendedorismo, inflam-se de tal forma que parecem desinformados e/ou arrogantes. Vejam bem, isso não tem nada a ver com pensar grande, isso tem a ver com agir de uma maneira incompatível com sua real situação atual. O que pode ser muito perigoso.
Definindo o tamanho da sua empresa pelo que ela vale e não pelo tanto que você gosta dela
Para simplificar, ignorando outras métricas não menos importantes, vejamos a classificação de porte de uma empresa baseada em seu faturamento bruto anual, salvo engano essa classificação é utilizada pelo BNDES para classificar empreendimentos, independentemente do setor de atuação:
Grande empresa: Faturamento bruto anual superior à R$ 300.000.000,00 (sim, acima de trezentos milhões de reais/ano)
Média-grande empresa: Faturamento bruto anual entre R$ 90.000.000,00 e R$ 300.000.000,00 (é muita grana!)
Média empresa: Faturamento bruto anual entre R$ 16.000.000,00 e R$ 90.000.000,00 (pare pra pensar no número de empresas que você conhece que estão aqui)
Pequena empresa: Faturamento bruto anual entre R$ 2.400.000,00 e R$ 16.000.000,00 (nesse intervalo a empresa comprova sua real viabilidade de se tornar um negócio sustentável)
Microempresa: Faturamento bruto anual inferior ou igual a R$ 2.400.000,00 (todos começam aqui, inclusive você)
Os riscos de se achar grande, sendo micro
Empresas grandes jogam pesado por que possuem um grande volume de clientes (afinal, faturam R$ 300.000.000,00/ano) e possuem uma bela margem para ignorar os maus clientes, forçar um ambiente de negócios de soma zero, em que a empresa grande ganha e todos à sua volta perdem (ou não ganham o tanto que poderiam) e não acreditar que um movimento de mudança incipiente pode virar o jogo completamente, embora essa última ocorre cada vez mais. Se você achar que é grande, sendo micro, você pagará um belo mico (até rimou). Sua empresa simplesmente morrerá e não deixará rastros.
Os riscos de se achar grandinho o suficiente, sendo micro
Empresas no porte médio-grande geralmente estão no caminho e estão apanhando muito para chegar, enfim, ao patamar de grande empresa. Nesse ponto essas empresas estão se reestruturando para alcançar o nível máximo. Precisam alterar tantas coisas que se esquecem de algumas, mesmo que de maneira temporária. Se você achar que é grandinho, sendo micro, você corre o risco de colocar tudo a perder, ao não perceber mudanças sutis em seu ambiente de negócio (externo ou interno), tão comuns quando você está começando.
Os riscos de se achar médio, sendo micro
Médias empresas já possuem alguma estabilidade e estão na fase de maior potencial de crescimento e de mudanças. Nesse nível você está entre a maioria, média, e começando a pensar em se destacar na multidão, sendo do seleto grupo dos que fazem a verdadeira diferença. Seria como a adolescência: aqui você começa a se achar auto suficiente e ignora opiniões dos mais velhos. Isso pode até te beneficiar ao atingir a maioridade, afinal você terá o seu estilo particular, único. Mas lembre-se, sendo micro, você ainda é um bebê chorão, altamente dependente.
Os riscos de se achar pequeno, sendo micro
Aqui você nem corre tantos riscos que podem levar sua empresa para o buraco, mas aqui você pode receber o golpe mais duro: Você perderá o único momento para aproveitar tudo o que o seu tamanho micro pode lhe oferecer: agilidade, capacidade de romper com o status quo do seu mercado, pagar menos impostos, atrair verdadeiros talentos, errar acertando, etc.
E pode ter certeza, só é grande quem um dia pensou micro, aprendeu rápido e sonhou alto.